domingo, 15 de maio de 2011

Juliana Aretakis Com as novas chuvas, a sensação de trabalho dobrado. O que se viu nas últimas semanas foi quase um espelho do que ocorreu no ano passado. Novamente, escolas paralisaram suas atividades, cidades perderam acessos, casas foram atingidas e as famílias ficaram desabrigadas. Sem previsão ou qualquer alerta, milhares de famílias foram pegas de surpresa. Assim como o Governo do Estado. Para quem não viveu mudanças, a situação foi ainda pior e alimentou o medo dos próximos invernos. Em 2010, o investimento anunciado foi grande. Mais de R$ 1,4 bilhão foi destinado para o socorro das vítimas das chuvas dentro da Operação Reconstrução. Contudo, o recurso oriundo dos governos Estadual e Federal ainda não foi suficiente para reverter a situação das áreas atingidas. Os fatores tempo e condição climática, fundamentais para grande parte das obras, também foram obstáculos para a Operação. Do valor garantido, nem todo ele já foi utilizado. Com as últimas chuvas, três localidades do município de Barreiros, que desde a enchente de 2010 estavam sem acesso, tiveram novas obras destruídas. A população desses locais vive de forma isolada; e para chegar até as outras partes da cidade tem que recorrer a uma pequena embarcação. Quando chove, até a alternativa é impossibilitada. Com as obras iniciadas no final de junho de 2010, os municípios tiveram parte dos acessos restabelecidos através de intervenções emergenciais de recuperação de pontes, passagens molhadas e rodovias. Mas, após as chuvas de abril e maio deste ano, parte do que foi reconstruído chegou a ser novamente destruído. Agora, a preocupação do Governo do Estado é quanto a continuidade dessas obras. Na semana passada foram criados escritórios nas cidades mais atingidas pelas chuvas. Os representantes analisam a situação dos municípios e repassam ao Governo Estadual o que neles ainda falta. Mesmo sem números oficiais, até o fechamento desta edição, a Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão (Seplag) já tem conhecimento de que parte das estradas vicinais que foram reconstruídas em 2010 terá que ser refeitas. Os pavimentos de via urbana, conhecidos como paralelepípedos, também terão que passar por novas obras por causa das chuvas. “A região já era defasada anteriormente. A dificuldade maior é separar o que veio com a cheia e a deficiência histórica que já tínhamos antes”, frisou gestor da Seplag, secretário Alexandre Rebêlo. O município de Barreiros é um dos que mais faltam obras. Para a construção das pontes que necessita a cidade, um estudo teve que ser elaborado. O prazo foi de seis meses. Dois projetos foram entregues em fevereiro deste ano e serão licitados para a construção das pontes de Baeté e Maria Amália. “Estamos dando a celeridade que é possível, mas temos que fazer os projetos. Em agosto, as pontes devem estar em obras, cada uma com investimento de R$ 8 milhões”, disse Rebêlo. A ponte de Tibiri está com o projeto em licitação. Já a ponte de Prainha ainda passa por estudo de viabilidade técnica. Na localidade de Baeté, em Barreiros, uma passarela estava sendo construída ao lado da ponte destruída, como uma forma paliativa de melhorar o acesso ao local. Porém, com as últimas chuvas, a parte já concluída da nova passarela foi levada pelo rio. No local, uma passagem mais simples deverá ser novamente feita, enquanto os moradores aguardam a reconstrução da ponte. Em Tibiri, dentro de 25 dias, também deverá ser concluída uma passagem temporária.

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